Bom senso ou extremismo: descubra o que é veganismo
Para além da alimentação, o veganismo é um ato político pela libertação animal e humana.
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O termo ‘vegan’ vem crescendo bastante, inclusive, você já deve ter visto em algum produto no supermercado. Ele tem origem inglesa e significa vegano. Mas você sabe o que é vegano? E o que é veganismo?
Esses termos estão cada vez mais estampados em produtos, sendo tratados em filmes e séries, além de vários canais no YouTube e contas nas redes sociais. Então, vamos entender o que é veganismo e qual seu papel no mundo.
O que é veganismo?
Mais do que uma escolha alimentar, o veganismo abrange várias áreas da vida cotidiana. Os veganos procuram adotar práticas que evitem a exploração animal, seja na moda, em produtos de higiene, em entretenimento e em outras áreas.
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Optar por alternativas livres de crueldade, como roupas sem couro e itens de beleza não testados em animais, também faz parte desse compromisso ético. Inclusive, a conscientização ambiental também tem um papel significativo, já que a produção convencional de alimentos de origem animal e outras indústrias associadas têm impactos consideráveis na natureza.
Assim, o veganismo visa reduzir a pegada ecológica, promovendo práticas mais sustentáveis. Além disso, muitas pessoas aderem ao veganismo por razões de saúde, uma vez que uma alimentação baseada em plantas pode oferecer inúmeros benefícios para o organismo.
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De forma resumida, a organização The Vegan Society define o veganismo como uma filosofia e um estilo de vida que procura “excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e crueldade com animais” seja para alimentação, vestuário, entretenimento ou qualquer outro propósito.
Como surgiu o veganismo?
O veganismo tem suas raízes em movimentos éticos e filosóficos que remontam ao século XIX. O termo ‘vegan’ foi cunhado em 1944 por Donald Watson e seus colegas fundadores da organização já citada, The Vegan Society, no Reino Unido.
Nesse sentido, os membros do grupo buscavam uma palavra para descrever uma dieta vegetariana que excluísse não apenas carne, mas também laticínios e ovos.
No entanto, as ideias éticas e práticas que fundamentam o veganismo têm uma história mais antiga. O vegetarianismo, que exclui apenas a carne, já era praticado em diferentes culturas ao longo dos séculos por razões religiosas, filosóficas ou de saúde.
Diversas personalidades foram vegetarianas, como o filósofo Pitágoras, o poeta Percy Shelley, os escritores Leon Tolstói e Franz Kafka, além do líder político e religioso Mahatma Gandhi.
No início do século XIX, alguns movimentos vegetarianos na Europa levantaram alguns questionamentos não apenas ao consumo de carne, mas sobretudo à exploração animal associada à produção de laticínios e ovos.
Desde então, o veganismo cresceu, ganhando popularidade ao longo do século XX e XXI devido a preocupações éticas, ambientais e de saúde. Atualmente, diz respeito a um movimento que vai além da alimentação, abrangendo um estilo de vida ético e sustentável.
Veganismo e exploração animal
Como o nome sugere, a exploração animal consiste no uso de animais por seres humanos para diversos fins, resultando em aprisionamento, tortura, agressão e, na maior parte das vezes, a morte do animal.
Na indústria alimentícia, a produção de carne, laticínios e ovos envolve condições de confinamento intensivo, práticas de criação que visam o lucro em detrimento do bem-estar animal e abate em massa com requintes de crueldade.
Da mesma forma, na indústria do vestuário, animais como vacas, ovelhas e visons são explorados para a fabricação de peles, couro e lã, muitas vezes em condições questionáveis. No entretenimento, como circos com animais, zoológicos, parques aquáticos e corridas de cães, os animais são usados para o deleite humano, frequentemente em ambientes inadequados e sujeitos a práticas de sofrimento.
Além disso, na pesquisa científica, embora vital para avanços médicos, alguns métodos envolvem o uso de animais em experimentos, gerando debates éticos sobre o sofrimento infligido a eles.
O movimento pelos direitos dos animais e o veganismo surgiram como respostas a essas preocupações, buscando conscientizar a população sobre as condições de exploração animal e promover alternativas éticas e sustentáveis.
Segundo dados do IBGE, somente no segundo trimestre de 2023 foram abatidos para consumo humano mais de 2 milhões de bois, mais de 1 milhão de porcos e mais de 3 bilhões de frangos. Os números são assustadores!
Veganismo e meio ambiente
Além da exploração animal, o veganismo tem ligação estreita com melhorias ambientais, principalmente devido às práticas agrícolas sustentáveis e à redução do impacto ambiental relacionado à produção de alimentos de origem animal.
Ao aderir a uma dieta vegana, que exclui carne e laticínios, é possível reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, que advêm da produção de alimentos, especialmente as provenientes de animais ruminantes, como o metano.
Além disso, o veganismo contribui para a preservação de recursos naturais, uma vez que a produção de alimentos baseada em plantas requer menos água e espaço se comparada à produção de carne.
Como também o desmatamento, que se relaciona à criação de animais e plantações de ração animal, tem uma redução significativa pelo veganismo, o qual favorece a preservação das florestas e combate a perda de biodiversidade.
Por fim, a poluição da água, originada pelo escoamento de resíduos agrícolas e produtos químicos utilizados na criação de animais, torna-se reduzida com uma dieta vegana, que minimiza a dependência da criação intensiva de animais.
Especismo: existem vidas que valem mais que outras?
Nos dias atuais, um termo foi cunhado para que entendamos o principal ponto de debate quando falamos sobre o direito dos animais. Sendo assim, o especismo consiste em um tipo de discriminação que ocorre quando atribuímos valor moral ou consideração diferenciada a seres com base em sua espécie.
O que isso quer dizer? Tradicionalmente, os seres humanos consideram-se superiores e, por isso, acreditam ter direito sobre a vida de outros seres vivos, pois consideram sua espécie como a ‘melhor’.
Entretanto, essa justificativa não leva em consideração o sofrimento e os propósitos de vida dos próprios animais. Sendo seres sencientes, eles não estão aqui para a gente e sim com a gente. Dividindo o mesmo planeta, mas sem servidão.
Dessa forma, os defensores dos direitos dos animais argumentam que, assim como o racismo e o sexismo, o especismo é uma discriminação injustificada.
Nesse sentido, uma grande defensora dos animais, Alice Walker, disse uma vez que “os animais existem por suas próprias razões. Eles não foram feitos para os humanos, assim como as mulheres não foram feitas para os homens e os negros não foram feitos para os brancos”.
Para finalizar, seres sencientes são aqueles capazes de sentir, perceber ou experimentar sensações, emoções e estados conscientes. Termo muito utilizado em discussões éticas e filosóficas para referenciar criaturas que possuem a capacidade de ter experiências subjetivas, como a capacidade de sentir dor, prazer, alegria ou sofrimento.
É isso! Com essa explicação sobre o que é veganismo, você já pode começar a adotar alguns hábitos. Que tal começar pela segunda sem carne? Pelos animais e pela sua saúde!
Caso você tenha dificuldades em começar um novo hábito, veja esses aplicativos para criar hábitos saudáveis e transforme sua rotina.