Tudo o que você precisa saber sobre data brokers
Você já se perguntou como os anúncios conseguem ser tão personalizados para você? Os data brokers podem estar por trás disso.
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Você já ouviu falar nos data brokers, ou corretores de informações? Apesar de ser um termo pouco conhecido, a prática de coletar e vender dados pessoais existe faz um tempo e tem crescido exponencialmente. Essa prática impacta diretamente a maneira como somos alvos de anúncios, ofertas e até decisões de crédito.
Esses intermediários operam silenciosamente nos bastidores, acumulando vastas quantidades de informações sobre nossos hábitos, preferências e atividades online. Mas como exatamente eles funcionam, e o que podemos fazer para proteger nossa privacidade? Neste post, você confere tudo o que você precisa saber sobre os data brokers, desde suas funções até as medidas que podemos tomar para nos proteger. Confira!
O que são data brokers?
Os data brokers são entidades ou empresas especializadas na coleta, análise e venda de dados pessoais e informações de usuários. Eles atuam como intermediários, reunindo dados de diversas fontes para criar perfis detalhados de indivíduos e empresas. Esses perfis são então vendidos a outras empresas, governos ou qualquer entidade interessada em informações sobre os usuários.
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Para que servem os data brokers?
Os data brokers servem a diversos propósitos, principalmente no campo do marketing e publicidade. Empresas compram dados desses corretores para entender melhor seus consumidores e direcionar campanhas publicitárias de maneira mais eficaz, por exemplo.
Além disso, os dados podem ser utilizados para avaliar riscos de crédito, detectar fraudes, e até para pesquisas de mercado. Governos e instituições de segurança também podem usar essas informações para monitoramento e investigação.
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Hoje, estima-se que há mais do que 4 mil corretoras de dados no mundo. E apesar de ser uma prática polêmica, essa é considerada uma atividade regularizada.
Como os dados são coletados?
A coleta de dados pelos data brokers pode ocorrer de várias maneiras, incluindo por meio de informações disponíveis publicamente, como registros de propriedades, registros de veículos, e documentos judiciais. Através de transações comerciais, como, por exemplo, informações obtidas através de compras com cartão de crédito, programas de fidelidade e assinaturas de serviços.
Além disso, a coleta de dados pode ocorrer em sites, redes sociais, e-commerce, aplicativos e outras interações digitais. E outra maneira é através de parcerias com empresas, em que ocorre o compartilhamento de dados entre empresas, onde uma empresa vende ou troca informações de seus clientes com os data brokers.
Quais dados são coletados pelos data brokers?
Os data brokers podem coletar diversas informações, incluindo nome, endereço, número de telefone, idade, gênero e estado civil, histórico de compras e hábitos de consumo, dados de navegação na internet e atividade nas redes sociais, histórico de crédito e informações financeiras, além de dados de localização e padrões de mobilidade. Ou seja, quase tudo que você realiza online vira dados e podem estar sendo vendidos por data brokers.
Como proteger seus dados?
Proteger-se contra a coleta e uso indevido de seus dados por data brokers pode ser um pouco desafiador, já que é difícil impedir completamente a coleta de dados no ambiente online. Porém, existem algumas medidas que você pode tomar. Uma delas é verificar e ajustar suas configurações de privacidade em suas contas de redes sociais, navegadores e dispositivos móveis.
Outra maneira para se proteger é sempre ler as políticas de privacidade antes de começar a utilizar um software, aplicativo ou serviço. E sim, sabemos que você provavelmente nunca lê esses termos, mas dessa forma, você pode ver se seus dados serão compartilhados com terceiros.
Além disso, conforme a LGPD no Brasil (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), e outras legislações, como a GDPR, na Europa, e a CCPA, na California, todo cidadão pode solicitar para que empresas não vendam suas informações. Mas é importante estar ciente de que, embora essas leis ofereçam mecanismos para proteger seus dados, a eficácia das solicitações pode depender da cooperação das empresas e da implementação adequada das leis.
Além disso, estar atento às políticas de privacidade e usar ferramentas e recursos disponíveis para gerenciar suas informações pessoais são, atualmente, as formas eficazes de exercer seus direitos e proteger sua privacidade.
Regulamentação e legislação
A regulamentação sobre o uso de dados por data brokers varia de país para país. Nos Estados Unidos, por exemplo, a regulação é relativamente leve, embora existam leis específicas para certas indústrias, como a Lei de Relatórios de Crédito Justo (FCRA).
Já na União Europeia, a Regulamentação Geral de Proteção de Dados (GDPR) oferece uma proteção mais robusta aos usuários, dando-lhes maior controle sobre seus dados pessoais. E no Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a conhecida LGPD, visa proteger a privacidade dos indivíduos e garantir que suas informações pessoais sejam tratadas de maneira segura e transparente.
Questões éticas e de privacidade
A prática de coleta e venda de dados por data brokers levanta várias questões éticas e de privacidade. Muitos consumidores não estão cientes de que suas informações estão sendo coletadas e vendidas, e a falta de transparência pode levar a abusos. Há preocupações sobre como esses dados são usados para discriminação, manipulação e vigilância.
O impacto da atividade dos data brokers no usuário pode ser significativo. Embora a personalização de ofertas e anúncios possa ser vista como uma vantagem, há riscos associados à privacidade e à segurança. Informações sensíveis podem ser expostas, e dados imprecisos podem levar a consequências negativas, como a negação de crédito ou a inclusão em listas negras injustamente.
Qual o futuro dos data brokers?
O futuro dos data brokers é incerto e depende muito das mudanças nas regulamentações e das atitudes dos usuários em relação à privacidade. Com o aumento da conscientização sobre a importância da proteção de dados, é provável que vejamos uma pressão maior por transparência e controle por parte dos usuários. Além disso, tecnologias emergentes como blockchain podem oferecer novas soluções para a gestão de dados de forma segura e transparente.
Os data brokers desempenham um papel significativo no ecossistema de dados atual, influenciando desde o marketing até a segurança nacional. No entanto, é importante que os usuários estejam cientes de como seus dados são coletados e usados, e que tomem medidas para proteger sua privacidade. Confira também o que são deepfakes e como se proteger. Até a próxima!