Paragraphica: conheça a câmera sem lentes que tira fotos a partir de IA
Inspirada na toupeira-nariz-de-estrela, esta câmera cria uma representação texto-imagem do ambiente capturado, oferecendo uma perspectiva única da realidade.
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A característica essencial que possibilita a captura de imagens por uma câmera está relacionada à forma como ela percebe o ambiente através de uma lente. Não para a Paragraphica. A mais recente inovação concebida por Bjørn Karmann, um designer holandês, consiste em uma câmera que não se limita a capturar fotografias convencionais.
Em vez disso, ela utiliza informações de geolocalização, condições climáticas e horário para alimentar algoritmos de IA, resultando na criação de uma representação visual do ambiente fotografado. Além disso, a tecnologia permite criar um registro visual ‘paragráfico’ diretamente no site do Bjørn Karmann para assim compartilhar momentos online.
No post de hoje, você ficará por dentro do que é e como surgiu a Paragraphica, bem como sobre os principais questionamentos que ela tem incitado entre pesquisadores de IAs. Segue a leitura!
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Paragraphica: a IA ‘captura’ o mundo
Denominada de ‘Paragraphica’, essa inovadora câmera dispensa o uso de lentes e, em seu lugar, conta com uma antena um tanto quanto peculiar.
De acordo com as informações disponíveis no site do projeto, a tela do dispositivo apresenta um texto detalhado da localização do registro. Isso inclui condições climáticas, endereço, horário do dia e pontos de interesse próximos, tudo transformado em uma descrição completa sobre o ambiente.
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E a captura na Paragraphica funciona assim: ao acionar o botão de captura, uma fotografia, criada por uma inteligência artificial especializada em conversão de texto para imagem, é gerada e exibida.
O resultado consiste em uma foto que se assemelha àquilo que se espera encontrar no local em que o fotógrafo se encontra. No entanto, é importante ressaltar que nada do que é exibido na imagem criada corresponde à realidade. Isso porque o dispositivo não reflete o propósito de uma câmera convencional, que é capturar um instante para a eternidade.
Vale dizer que a IA diz respeito à base desta câmera inovadora. Desse modo, conforme declarado pelo criador da Paragraphica, o foco principal está na integração com inteligências artificiais. Conforme essas IAs evoluem em sua compreensão do mundo físico, ele se questiona sobre como elas podem perceber visualmente as coisas.
Nesse sentido, a câmera representa uma maneira autêntica de experimentar o ambiente ao nosso redor, indo além da visão humana. Assim, segundo Bjørn Karmann, a percepção gerada pela Paragraphica seria uma visão essencial de um momento sob a ótica de outras formas de inteligência.
Toupeira como inspiração estética
Quem olha para a câmera pode até se assustar com seu design inovador, mas não menos peculiar. A surpresa salta aos olhos devido ao fato do design da Paragraphica encontrar sua fonte de inspiração em um animal cuja capacidade visual não é nada eficaz – a toupeira.
O criador, Karmann, faz uma comparação do dispositivo com a toupeira-nariz-de-estrela, a qual utiliza seu focinho, que se assemelha a uma antena, para explorar, sentir cheiros e interpretar as sensações experimentadas, criando assim uma forma única de ‘ver’ dentro de sua própria espécie.
Paragraphica e a polêmica da consciência em IAs
Caracterizar as IAs como conscientes não é uma perspectiva bem-vista na comunidade científica, na qual os pesquisadores estão em consenso de que estamos distantes de compreender o que verdadeiramente confere consciência a um ser. Tão mais distante estamos de criar um objeto artificial com essa particularidade.
Embora um conjunto de IAs possa reunir informações sobre o mundo, a interpretação de significados subjetivos é algo mais complexo e, aparentemente, está longe de acontecer.
Segundo a visão de seu criador, a Paragraphica está proporcionando aos humanos um insight da interpretação que uma IA teria do mundo. No entanto, as APIs utilizadas pelo dispositivo são alimentadas por conteúdo criado por seres humanos. Portanto, o que a Paragraphica parece realizar é uma espécie de imitação da percepção humana que está sendo restituída para nós através da inteligência artificial.
Contudo, Karmann deixou claro que essa criação é desprovida de qualquer intenção de comercialização ou de desafiar a forma convencional de fotografar. Ou seja, trata-se mais de um teste experimental, que utiliza a tecnologia e promove o questionamento sobre o papel da inteligência artificial em um contexto que tensiona a criatividade.
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